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LEI N° 14.515, DE 29 DE DEZEMBRO DE 2022

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(DOU de 30.12.2022)

Dispõe sobre os programas de autocontrole dos agentes privados regulados pela defesa agropecuária e sobre a organização e os procedimentos aplicados pela defesa agropecuária aos agentes das cadeias produtivas do setor agropecuário; institui o Programa de Incentivo à Conformidade em Defesa Agropecuária, a Comissão Especial de Recursos de Defesa Agropecuária e o Programa de Vigilância em Defesa Agropecuária para Fronteiras Internacionais (Vigifronteiras); altera as Leis n°s 13.996, de 5 de maio de 2020, 9.972, de 25 de maio de 2000, e 8.171, de 17 de janeiro de 1991; e revoga dispositivos dos Decretos-Leis n°s 467, de 13 de fevereiro de 1969, e 917, de 7 de outubro de 1969, e das Leis n°s 6.198, de 26 de dezembro de 1974, 6.446, de 5 de outubro de 1977, 6.894, de 16 de dezembro de 1980, 7.678, de 8 de novembro de 1988, 7.889, de 23 de novembro de 1989, 8.918, de 14 de julho de 1994, 9.972, de 25 de maio de 2000, 10.711, de 5 de agosto de 2003, e 10.831, de 23 de dezembro de 2003.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte

Lei:

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1° Esta Lei dispõe sobre os programas de autocontrole dos agentes privados regulados pela defesa agropecuária e sobre a organização e os procedimentos aplicados pela defesa agropecuária aos agentes das cadeias produtivas do setor agropecuário, institui o Programa de Incentivo à Conformidade em Defesa Agropecuária, a Comissão Especial de Recursos de Defesa Agropecuária e o Programa de Vigilância em Defesa Agropecuária para Fronteiras Internacionais (Vigifronteiras), altera as Leis n°s 13.996, de 5 de maio de 2020, 9.972, de 25 de maio de 2000, e 8.171, de 17 de janeiro de 1991, e revoga dispositivos das leis aplicadas à defesa agropecuária que estabelecem penalidades e sanções.

Art. 2° O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, por meio da Secretaria de Defesa Agropecuária, é responsável pela gestão da defesa agropecuária.

Art. 3° Para fins do disposto nesta Lei, considera se:

I – defesa agropecuária: estrutura constituída de normas e ações que integram sistemas públicos e privados, destinada à preservação ou à melhoria da saúde animal, da sanidade vegetal e da inocuidade, da identidade, da qualidade e da segurança de alimentos, insumos e demais produtos agropecuários;

II – fiscalização agropecuária: atividade de controle, de supervisão, de vigilância, de auditoria e de inspeção agropecuária, no exercício do poder de polícia administrativa, com finalidade de verificar o cumprimento da legislação;

III – produtos agropecuários: insumos agropecuários, animais, vegetais, seus produtos resultantes da atividade, seus subprodutos, derivados e resíduos que possuam valor econômico;

IV – agente: pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que realiza ou participa, direta ou indiretamente, dos seguintes processos ao longo das cadeias produtivas do setor agropecuário:

a) produção, transporte, beneficiamento, armazenamento, distribuição e comercialização;

b) importação, exportação, trânsito nacional, trânsito internacional e aduaneiro;

c) transformação e industrialização;

d) diagnóstico, ensino, pesquisa e experimentação; ou

e) prestação de serviços e demais processos;

V – credenciamento: reconhecimento ou habilitação de pessoas físicas ou jurídicas

pelo poder público, para execução de ações específicas relacionadas à defesa agropecuária;

VI – risco: possibilidade de ocorrência de evento negativo que tenha impacto

na saúde humana, na saúde animal, na sanidade vegetal ou na identidade, na qualidade

e na segurança dos produtos agropecuários;

VII – análise de risco: processo adotado para identificar, avaliar, administrar

e controlar potenciais eventos ou situações de risco advindos de fontes internas ou

externas e para buscar segurança razoável na consecução dos objetivos da defesa

agropecuária, que contempla:

a) avaliação de risco: processo científico de identificação e caracterização do

perigo, avaliação da exposição e caracterização do risco;

b) gerenciamento de risco: seleção de diretrizes, medidas de prevenção e

controle de problemas, com base em conclusões de uma avaliação de risco, em fatores

relevantes para a saúde e para a promoção de práticas justas de comércio e em

consulta às partes interessadas;

c) comunicação de risco: troca de informações, durante toda a análise de risco,

entre gestores, avaliadores, consumidores, integrantes da indústria e da academia e outras

partes interessadas, sobre os perigos, os riscos, os resultados da avaliação e o gerenciamento

para detenção do controle;

VIII – autocontrole: capacidade do agente privado de implantar, de executar, de

monitorar, de verificar e de corrigir procedimentos, processos de produção e de distribuição

de insumos agropecuários, alimentos e produtos de origem animal ou vegetal, com vistas a

garantir sua inocuidade, identidade, qualidade e segurança;

IX – autocorreção: adoção de medidas corretivas pelo agente, diante da detecção

de não conformidade, de acordo com o previsto no seu programa de autocontrole, ou por

deliberação da sua área responsável pela qualidade;

X – regularização por notificação: adoção de medidas corretivas pelo agente,

em decorrência de notificação expedida pela fiscalização agropecuária sobre

irregularidade ou não conformidade, observado o prazo estabelecido;

XI – protocolo privado de produção: conjunto de regras e de procedimentos

estabelecidos no âmbito do setor privado por determinada cadeia produtiva, entidade

representativa ou agente, de adesão voluntária, com o objetivo de garantir a integridade

sanitária dos produtos e de caracterizar ou diferenciar produto ou sistema de produção,

observados os atos normativos vigentes;

XII – embaraço à ação fiscalizadora: ação do agente de impedir ou dificultar

o acesso ao local ou às informações oficiais e obrigatórias relacionadas à produção e

aos produtos agropecuários, devidamente comprovada pelo auditor fiscal.

Art. 4° O agente deverá garantir que seus produtos e serviços atendam aos

requisitos de inocuidade, de identidade, de qualidade e de segurança estabelecidos na

legislação relativa à defesa agropecuária.

Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se a todos os agentes

regulados pela legislação relativa à defesa agropecuária, incluídos aqueles fiscalizados

pelos Estados, pelo Distrito Federal, pelos Municípios e por consórcio de Municípios.

Art. 5° O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e demais

órgãos públicos integrantes do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária

(Suasa) poderão credenciar pessoas jurídicas ou habilitar pessoas físicas para a prestação

de serviços técnicos ou operacionais relacionados às atividades de defesa

agropecuária.

§ 1° O credenciamento e a habilitação de que trata o caput deste artigo têm

o objetivo de assegurar que os serviços técnicos e operacionais prestados estejam em

consonância com o Suasa, não permitido aos credenciados ou habilitados desempenhar

atividades próprias da fiscalização agropecuária que exijam o exercício específico de

poder de polícia administrativa.

§ 2° Norma específica do Ministério da Agricultura, Pecuária e

Abastecimento, como Instância Central e Superior, definirá os processos de

credenciamento de pessoas jurídicas, os serviços cujos credenciamentos serão

obrigatoriamente homologados e as regras específicas para homologação.

§ 3° Norma específica do Ministério da Agricultura, Pecuária e

Abastecimento, como Instância Central e Superior, definirá os processos de habilitação

de pessoas físicas, observada a competência profissional, de acordo com o

conhecimento técnico requerido para a etapa, o procedimento ou o processo para o

qual o profissional será habilitado, e as regras específicas para homologação.

Art. 6° Fica instituída a análise de risco como abordagem de ação da defesa

agropecuária.

Parágrafo único. As ações de controle e de fiscalização desempenhadas pela

Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e

Abastecimento serão mensuradas em conformidade com os critérios de gerenciamento

de risco.

Art. 7° São princípios elementares da fiscalização:

I – atuação baseada no gerenciamento de riscos;

II – atuação preventiva, a qual permita que eventual irregularidade de

natureza leve possa ser sanada antes da autuação do agente, sempre que possível;

III – intervenção subsidiária e excepcional na atividade econômica dos

agentes, justificada apenas nas situações de prevalência do interesse público sobre o

privado;

IV – orientação pela isonomia, pela uniformidade e pela publicidade na relação

com o agente da ação fiscalizatória, assegurado o amplo acesso aos processos administrativos

em que o estabelecimento seja parte interessada;

V – obediência às garantias conferidas pela Lei n° 13.874, de 20 de setembro de

2019, sobretudo em relação ao direito à inovação tecnológica e à presunção de boa-fé, entre

outros.

CAPÍTULO II

DOS PROGRAMAS DE AUTOCONTROLE DOS AGENTES PRIVADOS REGULADOS PELA

DEFESA AGROPECUÁRIA

Art. 8° Os agentes privados regulados pela legislação relativa à defesa agropecuária

desenvolverão programas de autocontrole com o objetivo de garantir a inocuidade, a identidade,

a qualidade e a segurança dos seus produtos.

§ 1° Os agentes privados regulados pela legislação relativa à defesa agropecuária

garantirão a implantação, a manutenção, o monitoramento e a verificação dos programas de

autocontrole de que trata o caput deste artigo.

§ 2° Os programas de autocontrole conterão:

I – registros sistematizados e auditáveis do processo produtivo, desde a

obtenção e a recepção da matéria-prima, dos ingredientes e dos insumos até a

expedição do produto final;

II – previsão de recolhimento de lotes, quando identificadas deficiências ou não

conformidades no produto agropecuário que possam causar riscos à segurança do

consumidor ou à saúde animal e à sanidade vegetal; e

III – descrição dos procedimentos de autocorreção.

§ 3° A implementação dos programas de autocontrole de que trata o caput

deste artigo poderá ser certificada por entidade de terceira parte, a critério do

agente.

§ 4° O setor produtivo desenvolverá manuais de orientação para elaboração

e implementação de programas de autocontrole, que serão disponibilizados ao

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento por meio de registro eletrônico.

§ 5° Os programas de autocontrole serão definidos pelo estabelecimento e deverão

atender, no mínimo, aos requisitos definidos em legislação, e caberá à fiscalização agropecuária

verificar o cumprimento do descrito no programa de autocontrole da empresa.

§ 6° O disposto neste artigo não se aplicará compulsoriamente aos agentes da

produção primária agropecuária e da agricultura familiar, os quais poderão aderir

voluntariamente a programas de autocontrole por meio de protocolo privado de produção.

§ 7° A regulamentação dos programas de autocontrole de que trata o caput deste

artigo deverá levar em consideração o porte dos agentes econômicos e a disponibilização

pelo poder público de sistema público de informações, de forma a conferir tratamento

isonômico a todos os estabelecimentos.

Art. 9° Os programas de autocontrole poderão conter garantias advindas de

sistemas de produção com características diferenciadas, com abrangência sobre a totalidade

da cadeia produtiva, desde a produção primária agropecuária até o processamento e a

expedição do produto final.

§ 1° Quando a diferenciação envolver a produção primária agropecuária, o

programa de autocontrole será estabelecido por meio de protocolo privado de produção

com a descrição das características do sistema e a modalidade de verificação.

§ 2° Os protocolos privados de que trata o § 1° deste artigo serão

apresentados ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

§ 3° O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento publicará os

protocolos de que trata o § 1° deste artigo em seu sítio eletrônico.

Art. 10. Compete ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento:

I – estabelecer os requisitos básicos necessários ao desenvolvimento dos

programas de autocontrole;

II – editar normas complementares para dispor sobre os requisitos básicos a

que se refere o inciso I deste caput;

III – definir os procedimentos oficiais de verificação dos programas de autocontrole.

Art. 11. Quando a fiscalização agropecuária ou o programa de autocontrole

identificar deficiências ou não conformidades no processo produtivo ou no produto

agropecuário que possam causar riscos à segurança do consumidor ou à saúde animal

e à sanidade vegetal, o agente ficará responsável pelo recolhimento dos lotes

produzidos nessa condição, na forma prevista em regulamento.

CAPÍTULO III

DO PROGRAMA DE INCENTIVO À CONFORMIDADE EM DEFESA AGROPECUÁRIA

Art. 12. É instituído o Programa de Incentivo à Conformidade em Defesa

Agropecuária, com o objetivo de estimular o aperfeiçoamento de sistemas de garantia

da qualidade robustos e auditáveis, com vistas à consolidação de um ambiente de

confiança recíproca entre o Poder Executivo federal e os agentes regulados, pela via do

aumento da transparência.

Parágrafo único. O Programa de Incentivo à Conformidade em Defesa Agropecuária

exigirá do estabelecimento regulado o compartilhamento periódico de dados operacionais e de

qualidade com a fiscalização agropecuária e oferecerá como contrapartida benefícios e

incentivos, na forma prevista em regulamento.

Art. 13. Devem ser concedidos aos agentes aderentes ao Programa de

Incentivo à Conformidade em Defesa Agropecuária, além de outros que venham a ser

estabelecidos em regulamento, os seguintes incentivos:

I – agilidade nas operações de importação e de exportação;

II – prioridade na tramitação de processos administrativos perante a

Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e

Abastecimento, sobretudo dos relacionados a atos públicos de liberação da atividade

econômica;

III – acesso automático às informações de tramitação dos processos de

interesse do estabelecimento;

IV – dispensa de aprovação prévia de atos relacionados a reforma e

ampliação do estabelecimento, com base na existência de princípios regulatórios já

estabelecidos.

Art. 14. O regulamento do Programa de Incentivo à Conformidade em Defesa

Agropecuária estabelecerá:

I – procedimentos para adesão ao Programa;

II – obrigações para permanência no Programa; e

III – hipóteses de aplicação de advertência, de suspensão ou de exclusão do

Programa.

Parágrafo único. A regulamentação do Programa de Incentivo à

Conformidade em Defesa Agropecuária deverá levar em consideração o porte dos

agentes econômicos e a disponibilização pelo poder público de sistema público de

informações, de forma a conferir tratamento isonômico e passível de cumprimento por

todos os agentes.

Art. 15. Aos estabelecimentos que aderirem ao Programa de Incentivo à

Conformidade em Defesa Agropecuária fica autorizada a regularização por notificação de

que trata o inciso X do caput do art. 3° desta Lei.

§ 1° O estabelecimento notificado não será autuado, desde que adote as

medidas corretivas necessárias e sane a irregularidade ou não conformidade no prazo

indicado na notificação.

§ 2° Regulamento disporá sobre as irregularidades ou não conformidades

passíveis de regularização por notificação.

Art. 16. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento fica autorizado

a adotar sistema de classificação de risco das empresas privadas reguladas, para fins de

fiscalização agropecuária, com base no desempenho nos programas de autocontrole e

no Programa de Incentivo à Conformidade em Defesa Agropecuária.

§ 1° Ficam vedadas qualquer forma de divulgação pública de listas de classificação

de risco das empresas reguladas ou a utilização de informações do sistema a que se refere o

caput deste artigo para qualquer outra finalidade que não seja a fiscalização agropecuária ou

ações de defesa agropecuária.

§ 2° É facultado à empresa regulada o acesso às informações referentes ao

seu desempenho e à sua posição no sistema de classificação de risco a que se refere

o caput deste artigo.

§ 3° Os critérios para o sistema de classificação de risco a que se refere o

caput deste artigo deverão ser regulamentados e divulgados no prazo mínimo de 6

(seis) meses anterior à sua vigência.

§ 4° A divulgação de listas de classificação de risco ou a utilização indevida

de informações do sistema de classificação de risco de que trata este artigo sujeitarão

o infrator às disposições previstas em lei, sem prejuízo de sanções administrativas e de

responsabilidade civil, por danos morais, e de indenização às empresas prejudicadas.

CAPÍTULO IV

DO PROCEDIMENTO DOS ATOS PÚBLICOS DE LIBERAÇÃO DE ESTABELECIMENTOS

E DE PRODUTOS

Seção I

Do Registro de Estabelecimentos

Art. 17. Para registro, cadastro, credenciamento ou qualquer outro ato público de

liberação de estabelecimento perante o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento,

serão exigidos, de acordo com a natureza da atividade, documentos e informações

necessários às avaliações técnicas.

§ 1° Fica dispensada a apresentação de documentos e de autorizações

emitidos por outros órgãos e entidades de governo que não tenham relação com a

liberação de estabelecimento de que trata o caput deste artigo.

§ 2° O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento disponibilizará sistema

eletrônico para receber as solicitações de registro, de cadastro ou de credenciamento de

estabelecimento no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contado da data de publicação desta

Lei.

Art. 18. Estabelecimentos que possuam mais de uma finalidade e que sejam

objeto de diferentes normas relativas à defesa agropecuária poderão ter registro único

no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, na forma prevista em

regulamento.

Seção II

Do Registro de Produtos

Art. 19. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento:

I – incentivará a adoção de procedimento administrativo simplificado, o uso de

meios eletrônicos e o estabelecimento de parâmetros e padrões, com vistas à automatização

da concessão das solicitações de registro de produtos agropecuários;

II – disponibilizará sistema eletrônico para receber as solicitações de registro de

produtos no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contado da data de publicação desta Lei.

§ 1° A concessão de registro de produtos que possuam parâmetros ou

padrões normatizados será automática.

§ 2° A não observância dos parâmetros ou dos padrões normatizados

implicará o cancelamento do registro do produto e a imposição de sanções

administrativas, após processo administrativo e garantidos ao agente o contraditório e

a ampla defesa.

§ 3° O disposto no caput deste artigo não se aplica aos produtos regulados

pela Lei n° 7.802, de 11 de julho de 1989.

Art. 20. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento poderá dispor de

especialistas para subsidiar a avaliação de registro de produtos, por meio de credenciamento,

contratação de pessoa física ou jurídica ou ajustes com instituições de pesquisa públicas ou

privadas, na forma prevista em regulamento, assegurada a confidencialidade em relação aos

dados e às informações sobre os produtos e os agentes privados.

Parágrafo único. Todo processo de registro de produtos avaliado por especialistas

terá supervisão de um auditor fiscal federal agropecuário, que será responsável pela

aprovação definitiva da concessão do registro.

Art. 21. Produtos que possuam mais de uma finalidade e que sejam objeto

de diferentes normas relativas à defesa agropecuária poderão ter registro único no

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, na forma prevista em

regulamento.

Art. 22. As solicitações de registro de produtos serão analisadas pelo Ministério da

Agricultura, Pecuária e Abastecimento, observada a ordem cronológica de apresentação.

Parágrafo único. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

poderá priorizar a análise de que trata o caput deste artigo nas seguintes hipóteses:

I – necessidade de atendimento aos programas de saúde animal ou fitossanitários;

II – situações de emergência sanitária ou fitossanitária;

III – cumprimento de acordos ou exigências internacionais;

IV – inovação tecnológica caracterizada; ou

V – produção em território nacional de ingrediente ativo.

Seção III

Dos Critérios para Concessão, Isenção e Simplificação de Registro

Art. 23. Ato do Ministro de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

estabelecerá a classificação de risco, as condições, os prazos e os demais critérios para

concessão, isenção e simplificação de registro, cadastro, credenciamento ou qualquer

outro ato público de liberação, observado o disposto na Lei n° 13.874, de 20 de

setembro de 2019, e em seu regulamento.

Art. 24. (VETADO).

Seção IV

Da Rotulagem

Art. 25. A rotulagem dos produtos é responsabilidade do detentor do

registro, na forma prevista na legislação.

§ 1° Rótulos de produtos não serão objeto de aprovação pelo Ministério da

Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

§ 2° O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento poderá exigir o depósito

de rótulos de produtos em sistema eletrônico, para fins de fiscalização agropecuária.

§ 3° A comercialização de produtos com rotulagem em desacordo com o

previsto na legislação caracteriza infração administrativa, sujeita a aplicação de medidas

cautelares e a autuação.

CAPÍTULO V

DAS MEDIDAS CAUTELARES

Art. 26. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento poderá

aplicar, ante a evidência de que uma atividade ou um produto agropecuário represente

risco à defesa agropecuária ou à saúde pública ou em virtude de embaraço à ação

fiscalizadora, as seguintes medidas cautelares, isolada ou cumulativamente:

I – apreensão de produtos;

II – suspensão temporária de atividade, de etapa ou de processo de

fabricação de produto; e

III – destruição ou devolução à origem de animais e vegetais, de seus

produtos, resíduos e insumos agropecuários, quando constatada a importação irregular

ou a introdução irregular no País.

§ 1° O auditor fiscal federal agropecuário responsável pela aplicação de

medida cautelar deverá comunicá-la imediatamente à sua chefia imediata.

§ 2° Não será aplicada medida cautelar quando a não conformidade puder

ser sanada durante a ação de fiscalização.

§ 3° A medida cautelar deverá ser cancelada imediatamente quando for

comprovada a resolução da não conformidade que deu causa à sua aplicação.

CAPÍTULO VI

DAS INFRAÇÕES E DAS PENALIDADES

Art. 27. O agente que incidir em infração prevista na legislação específica e em

normas regulamentares relativas à defesa agropecuária ficará sujeito às seguintes penalidades,

isolada ou cumulativamente:

I – advertência;

II – multa;

III – condenação do produto;

IV – suspensão de registro, de cadastro ou de credenciamento;

V – cassação de registro, de cadastro ou de credenciamento; e

VI – cassação da habilitação de profissional para prestar serviços relacionados

à defesa agropecuária.

§ 1° A Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura,

Pecuária e Abastecimento tornará públicas, após trânsito em julgado na esfera

administrativa, as sanções impostas aos infratores da legislação relativa à defesa

agropecuária.

§ 2° O produto a que se refere o inciso III do caput deste artigo poderá ser

objeto de destruição a expensas do infrator ou objeto de doação a órgãos públicos ou

a entidades filantrópicas, desde que não ofereça riscos à saúde pública.

Art. 28. O valor da multa de que trata o inciso II do caput do art. 27 desta

Lei será de R$ 100,00 (cem reais) até R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais),

observadas a classificação do agente infrator e a natureza da infração, conforme o

Anexo desta Lei e seu regulamento.

§ 1° No caso de reincidência específica, a pena máxima da infração, estabelecida

em regulamento e limitada ao teto previsto no caput deste artigo, será aumentada em 10%

(dez por cento) para cada nova incidência na mesma infração.

§ 2° Considera-se, para fins da caracterização da reincidência específica e,

consequentemente, para o aumento de pena, o prazo de 5 (cinco) anos, contado do

cumprimento ou da extinção da penalidade administrativa.

§ 3° O pagamento voluntário da multa no prazo de 20 (vinte) dias, contado

da data de sua aplicação, sem interposição de recurso, ensejará a redução de 20%

(vinte por cento) de seu valor.

Art. 29. A introdução irregular no País de animais e vegetais, ou de seus

produtos, praticada por pessoa física caracterizará infração sujeita a advertência ou

multa, cujo valor será estipulado entre R$ 100,00 (cem reais) e R$ 5.000,00 (cinco mil

reais).

Parágrafo único. A introdução irregular no País de insumos agropecuários

praticada por pessoa física caracterizará infração de natureza gravíssima sujeita a multa

no valor de até R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais).

Art. 30. Ato do Ministro de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

atualizará anualmente os valores das multas de que tratam os arts. 28 e 29 desta Lei,

com base na variação Parágrafo único. Quando uma infração for objeto de enquadramento em mais de um dispositivo, prevalecerá, para aplicação da penalidade, o enquadramento mais específico em relação ao mais genérico. CAPÍTULO VII DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DE FISCALIZAÇÃO AGROPECUÁRIA Art. 33. As infrações serão apuradas, a partir da lavratura do auto de infração, por meio de processo administrativo de fiscalização agropecuária. Art. 34. O auto de infração é o documento hábil para constatação de infração no que concerne à legislação relativa à defesa agropecuária. Art. 35. Caberá a interposição de defesa por escrito no prazo de 20 (vinte) dias, contado da data de recebimento do auto de infração, a ser endereçada à Superintendência Federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento sediada na unidade da Federação onde foi constatada a infração. Parágrafo único. (VETADO). Art. 36. Das decisões administrativas de primeira instância caberá interposição de recurso administrativo no prazo de 20 (vinte) dias, contado da data de recebimento da notificação. § 1° O recurso de que trata o caput deste artigo será dirigido à autoridade que proferiu a decisão. § 2° Caso não reconsidere a sua decisão, a autoridade encaminhará o recurso à Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento no prazo de 20 (vinte) dias, contado da data de seu recebimento, para julgamento em segunda instância. Art. 37. Da decisão proferida pela Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento em sede de segunda instância administrativa, caberá recurso no prazo de 20 (vinte) dias à Comissão Especial de Recursos de Defesa Agropecuária, à qual compete o julgamento do processo administrativo em terceira e última instância. § 1° A Comissão Especial de Recursos de Defesa Agropecuária será composta por 5 (cinco) membros titulares e 5 (cinco) suplentes, dos quais 2 (dois) membros titulares e 2 (dois) suplentes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, 1 (um) membro titular e 1 (um) suplente do Ministério da Justiça e Segurança Pública, 1 (um) membro titular e 1 (um) suplente da Confederação Nacional da Indústria e 1 (um) membro titular e 1 (um) suplente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil. § 2° Considerando as decisões reiteradas sobre o mesmo tema, a Comissão Especial de Recursos de Defesa Agropecuária emitirá enunciados que, quando ratificados pelo Secretário de Defesa Agropecuária, vincularão o cumprimento pelas demais instâncias. § 3° A penalidade de suspensão de registro, de cadastro ou de credenciamento ou a penalidade de cassação de registro, de cadastro ou de credenciamento poderão ser convertidas em multa, mediante apresentação de requerimento do infrator e celebração de termo de ajustamento de conduta às exigências legais, com cominações, o qual terá eficácia de título executivo extrajudicial. § 4° Caberá à Comissão Especial de Recursos de Defesa Agropecuária decidir sobre a conversão em multa das penalidades a que se refere o § 3° deste artigo. Art. 38. A interposição tempestiva de recurso terá efeito suspensivo. Art. 39. A notificação do autuado poderá ser feita por meio eletrônico, desde que a certificação da ciência seja inequívoca. Art. 40. Fica estabelecida a assinatura eletrônica simples, de que trata a Lei n° 14.063, de 23 de setembro de 2020, para os atos praticados por servidores públicos no âmbito do processo administrativo de fiscalização agropecuária. CAPÍTULO VIII DO PROGRAMA DE VIGILÂNCIA EM DEFESA AGROPECUÁRIA PARA FRONTEIRAS I N T E R N AC I O N A I S Art. 41. É instituído, no âmbito do Suasa, de que trata o art. 28-A da Lei n° 8.171, de 17 de janeiro de 1991, sob a coordenação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, por intermédio da Secretaria de Defesa Agropecuária, o Programa de Vigilância em Defesa Agropecuária para Fronteiras Internacionais (Vigifronteiras). Art. 42. O Vigifronteiras tem como objetivo estabelecer um sistema integrado de vigilância relativo à defesa agropecuária na faixa de fronteira de todo o território nacional, com a finalidade de: I – impedir o ingresso no território nacional de substâncias ou agentes biológicos de qualquer natureza, sob qualquer meio de transporte ou difusão, que possam causar danos à produção, ao processamento e à comercialização de produtos e serviços agropecuários, pesqueiros e florestais; II – evitar o ingresso no território nacional de produtos agropecuários que não atendam aos padrões de identidade e qualidade ou aos requisitos de segurança higiênico-sanitária e tecnológica exigidos para o consumo; e III – conter danos, efetivos ou potenciais, causados pela introdução no território nacional de qualquer substância ou agente biológico que importe em risco ou ameaça de que tratam os incisos I e II deste caput. Art. 43. A atuação do Vigifronteiras pautar-se-á pela integração, pela produção e pela difusão de conhecimentos técnico-científicos e pela cooperação entre os órgãos e as entidades públicas integrantes das três instâncias do Suasa. Art. 44. O Poder Executivo federal editará regulamento para disciplinar o funcionamento do Vigifronteiras no prazo de 90 (noventa) dias, contado da data de publicação desta Lei. CAPÍTULO IX DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS Art. 45. O Poder Executivo federal editará o regulamento do Programa de Incentivo à Conformidade em Defesa Agropecuária no prazo de 120 (cento e vinte) dias, contado da data de publicação desta Lei. Art. 46. As penalidades de que trata o Capítulo VI desta Lei serão aplicadas às infrações previstas na legislação específica e em normas regulamentares relativas à defesa agropecuária e constatadas a partir da data de entrada em vigor desta Lei. § 1° As disposições referentes ao processo administrativo de fiscalização agropecuária previstas no Capítulo VII desta Lei serão aplicadas aos processos pendentes de julgamento a partir da data de entrada em vigor desta Lei. § 2° As penalidades de que trata o art. 27 desta Lei serão aplicadas às infrações constatadas pela fiscalização agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento com fundamento na Lei n° 7.802, de 11 de julho de 1989. Art. 47. O art. 1° da Lei n° 13.996, de 5 de maio de 2020, passa a vigorar com a seguinte redação, numerando-se o atual parágrafo único como § 1°: “Art. 1° Fica o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento autorizado a prorrogar por 6 (seis) anos, além do limite estabelecido no inciso I do parágrafo único do art. 4° da Lei n° 8.745, de 9 de dezembro de 1993, 239 (duzentos e trinta e nove) contratos por tempo determinado de médico veterinário, para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público, firmados com fundamento na alínea “f” do inciso VI do caput do art. 2° da referida Lei. § 1° A prorrogação de que trata o caput deste artigo é aplicável aos contratos firmados a partir de 20 de novembro de 2017. § 2° A prorrogação de que trata o caput deste artigo não será autorizada enquanto não for publicada a lei orçamentária com a autorização e a dotação suficiente ou a sua alteração, nos termos do inciso II do § 2° do art. 109 da Lei n° 14.116, de 31 de dezembro de 2020.” (NR) Art. 48. A Lei n° 9.972, de 25 de maio de 2000, passa a vigorar com as seguintes alterações: “Art. 4° ……………………………………………………………………………………………….. I – os Municípios, os consórcios públicos intermunicipais ou interestaduais, os Estados e o Distrito Federal, diretamente ou por intermédio de órgãos ou empresas especializadas; II – as cooperativas agrícolas e as pessoas físicas e jurídicas especializadas na atividade; ……………………………………………………………………………………………………………” (NR) “Art. 8° A fiscalização da classificação de que trata esta Lei poderá ser executada pelos Municípios, pelos consórcios públicos intermunicipais ou interestaduais, pelos Estados e pelo Distrito Federal, mediante delegação de competência do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.” (NR) Art. 49. O art. 29-A da Lei n° 8.171, de 17 de janeiro de 1991, passa a vigorar com a seguinte redação: “Art. 29-A. …………………………………………………………………………………………… ……………………………………………………………………………………………………………………. § 3° É instituído o Sistema de Gestão de Serviços de Inspeção (e-Sisbi) no âmbito do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, para cadastro dos serviços oficiais de inspeção e fiscalização dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e dos consórcios municipais, bem como dos estabelecimentos e dos produtos de origem animal. § 4° Os serviços oficiais de inspeção dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e dos consórcios municipais, devidamente cadastrados no e-Sisbi, integram o Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi- Poa) previsto no § 2° deste artigo. § 5° O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento editará norma para definir os objetivos e as metas nacionais de inocuidade e de conformidade dos produtos de origem animal, que deverá ser observada pelos serviços de inspeção dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e dos consórcios municipais integrantes do Sisbi-Poa. § 6° O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento auditará os serviços de inspeção dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e dos consórcios municipais integrantes do Sisbi-Poa, com o objetivo de verificar a equivalência com o Serviço de Inspeção Federal. § 7° Fica autorizado o comércio interestadual dos produtos sob inspeção dos serviços integrantes do Sisbi-Poa, mediante prévio cadastro dos estabelecimentos e dos produtos no e-Sisbi, realizado pelos respectivos serviços de inspeção.” (NR) Art. 50. Revogam-se os seguintes dispositivos: I – arts. 6° e 7° do Decreto-Lei n° 467, de 13 de fevereiro de 1969; II – alínea “g” do caput do art. 3° do Decreto-Lei n° 917, de 7 de outubro de 1969; III – art. 4° da Lei n° 6.198, de 26 de dezembro de 1974; IV – art. 7° da Lei n° 6.446, de 5 de outubro de 1977; V – incisos I, III, IV, V, VI, VII e VIII do caput do art. 5° da Lei n° 6.894, de 16 de dezembro de 1980; VI – art. 36 da Lei n° 7.678, de 8 de novembro de 1988; VII – art. 2° da Lei n° 7.889, de 23 de novembro de 1989; VIII – art. 9° da Lei n° 8.918, de 14 de julho de 1994; IX – art. 9° da Lei n° 9.972, de 25 de maio de 2000; X – art. 42 e incisos I, II, III, IV, V e VI do caput do art. 43 da Lei n° 10.711, de 5 de agosto de 2003; e XI – art. 6° da Lei n° 10.831, de 23 de dezembro de 2003. Art. 51. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação e produz efeitos: I – 60 (sessenta) dias após a data de sua publicação, quanto ao disposto no Capítulo IV; II – 90 (noventa) dias após a data de sua publicação, quanto ao disposto no art. 29; e III – na data de sua publicação, quanto aos demais dispositivos. Brasília, 29 de dezembro de 2022; 201° da Independência e 134° da República. JAIR MESSIAS BOLSONARO Marcelo Antônio Cartaxo Queiroga Lopes Marcos Montes Cordeiro ANEXOo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

Art. 31. As infrações serão graduadas de acordo com o risco para a defesa

agropecuária e classificadas em:

I – infração de natureza leve;

II – infração de natureza moderada;

III – infração de natureza grave;

IV – infração de natureza gravíssima.

Art. 32. Na aplicação das penalidades previstas nesta Lei, serão consideradas

as circunstâncias agravantes e atenuantes, na forma de regulamento.

1 – § 1° do art. 18-A da Lei Complementar n° 123, de 14 de dezembro de 2006.

2 – Inciso I do caput do art. 3° da Lei Complementar n° 123, de 14 de dezembro de 2006.

3 – Inciso II do caput do art. 3° da Lei Complementar n° 123, de 14 de dezembro de 2006.

4 – Conforme classificação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

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